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Breves pensamentos sobre cabelos brancos

Já falamos aqui sobre as estratégias para manter um cabelo sempre lindo, e também desmascaramos mitos sobre a tintura de cabelo. Mas muitas pessoas têm optado por uma estratégia mais simples – deixar o cabelo em seu tom natural, ainda que seja branco, ou uma mistura de brancos com a cor original.

Sem dúvida, cabelo au naturel facilita a vida, e evita problemas como o ressecamento e perda de volume causado pela descoloração pré-tintura. Mas isso não significa que, deixado em suas próprias cores, ele vai estar invariavelmente maravilhoso. Tingido ou não, cabelos necessitam de manutenção. Senão, há consequências.

No caso de um cabelo com tons brancos (ou mesmo uma barba, que para todos os efeitos é um tipo de cabelo), o desafio é evitar não só o ressecamento natural, mas também o amarelamento dos fios brancos, que dão um efeito de envelhecido. É como papel: se amarelou, está velho.

Começando pelo básico: cabelos ressecam quando a oleosidade natural, produzida pelos bulbos, não é suficiente para revestir as hastes. Para tratar disso há vários produtos como mist capilar, shampoos e pré-shampoos manipulados, que uma médica especializada consegue receitar sob medida para você.

Já para o amarelecimento, a solução são os matizantes, produtos que ‘misturam’ a cor amarela do cabelo com a cor roxa do shampoo. De acordo com a teoria das cores, uma anula o outra e o resultado são cabelos no tom certo de branco – brilhante, saudável, no estilo de Christine Lagarde, ou de Meryl Streep em “O Diabo veste Prada”.

E os matizantes podem ser combinados com outros princípios ativos, incorporando em uma mesma fórmula outros tratamentos específicos, de acordo com a receita prescrita pela médica especializada. E essa é uma das vantagens de manipular, e não comprar algo pronto: você recebe um shampoo matizante feito só para você. Para cabelos au naturel, um produto sur mesure.

Tintura de cabelo – aliada ou vilã?

É comum ouvirmos dizer que tintura ataca o cabelo. E a afirmação parece verossímil. Afinal, a tinta é um produto químico, e certamente agride os fios… Ou não?

As coisas não são tão preto-e-branco, como aliás não poderia deixar de ser, se o assunto é tinta de cabelo. Há vários fatores envolvidos, e vale a pena dar uma olhada antes de condenar sua caixinha de L´Oreal.

Tintas e tempos
A primeira coisa a considerar é o tipo de tintura, de acordo com sua duração. Basicamente existem três:

Temporária – é a tinta que adere nos fios, mas não gruda. Ou seja, na primeira lavada, ela vai embora. São aquelas tintas, geralmente em cores extravagantes, usadas em festinhas infantis ou bloquinhos de carnaval. Dura até a hora do parabéns ou a quarta-feira de cinzas, respectivamente.

Semipermanente – é a tinta que se usa para pintar os cabelos em casa, por conta própria. Ela tem uma aderência maior nos fios, e por isso demora mais para sair. Mas sai, porque ela não penetra nas hastes. Fica só na superfície.

Permanente – é a que se usa nos salões profissionais. Essa tinta possui moléculas minúsculas que entram pelas cutículas abertas das hastes. Essas moléculas se combinam dentro do cabelo, e lá formam a cor desejada. Por isso que quando você vê a mistura antes da aplicação ela não parece a cor que você quer. Mas, depois de aplicada, fica como você queria (geralmente).

De volta para o dano que podem causar:

A tinta temporária não faz nada, já que é o mesmo que pintar a palma da mão com caneta hidrográfica – lavou, saiu.

A semipermanente tem química, mas é pouca e fica no exterior do fio. Então também não é algo preocupante.

E a permanente… essa é vilã, certo? Errado. Na verdade ela é aliada. Para aplicar a tintura, o cabelo precisa ser descolorido e isso sim afeta negativamente os fios, com uma perda de 30% da proteína que os compõe. As moléculas de tintura, ao penetrarem nas hastes, acabam contribuindo para devolver um pouco do volume perdido.

Quem reclama de cabelo ressecado e/ou quebradiço após a tintura devia culpar o descolorimento, não a tinta. E considerar alguns procedimentos que podem minimizar esses problemas, como o uso de pré-shampoos, mist capilares ou o novo Scalp Oil Repair. Porque sim, dá para ter cabelos tingidos e, ainda assim, brilhantes, sedosos e volumosos.