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Precisamos falar sobre remédios emagrecedores

 

O Projeto Verão está na pista. Todos querem adquirir a melhor versão do próprio corpo a tempo de escorregar para dentro de biquínis e sungas, e expor a pele aos doces raios do sol, deitados nas areias douradas da costa do Brasil ou do mundo.

Eis que surgem os remédios emagrecedores e com eles, um debate quase infinito sobre seus benefícios, sua eficiência e seus efeitos indesejados. De fato, há pontos a serem considerados. E a melhor política é a informação como base da decisão. Então, vamos falar sobre o assunto?

Logo Projeto Verão

Primeiro ponto: remédio não emagrece. Essa balela já foi desmascarada em nosso blog. O que emagrece é a diminuição na ingestão calórica, a ponto de que aquilo que seu metabolismo gasta ser superior àquilo que ingere. Só essa diferença – e apenas ela – é capaz de queimar gordura e diminuir peso e medidas. O que os chamados emagrecedores fazem é limitar o desejo de comer, através de uma atuação química.

Isso foi um jeito complicado de dizer que o remédio serve para tirar a fome. Ou a vontade de comer, que pode ser algo um pouco diferente. Ao final, come-se menos, ingere-se menos calorias, e a contabilidade corporal vira a favor do emagrecimento. Remédios como a sibutramina são feitos para disparar esse processo de criar um não-desejo de comer.

Funciona, porque é uma fórmula química, bem estudada e comprovada. A questão é que essa alteração acontece no cérebro, interferindo com as substâncias que regulam a fome e o desejo por alimentos – novamente, são coisas parecidas, mas não iguais. Mexer com a química da cabeça não é uma novidade, já que inúmeras substâncias fazem isso, desde uma taça de vinho até um antidepressivo. Mas sempre é um assunto que inspira cuidados, na medida em que pode trazer efeitos colaterais e – se usado incorretamente – causar outros problemas.

O papel de cada um

Quando os benefícios superam as reações adversas e os perigos potenciais, o remédio costuma ser aprovado e receitado. Fazer essa avaliação, com base em análises e estudos sérios, é tarefa da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Para algumas substâncias, ela dá sinal verde. Para outras, não.  E às vezes muda de opinião, de acordo com novas evidências apresentadas. Fazer bom uso dos remédios aprovados, receitando com a devida parcimônia e de acordo com as indicações da Anvisa, é tarefa dos médicos, profissionais que são atualizados com frequência sobre os avanços dos tratamentos.

A nós, que somos uma farmácia de manipulação, cabe a tarefa de preparar os compostos receitados, seguindo as melhores práticas não apenas farmacológicas, mas também éticas, sociais e ambientais.

Pronto, falamos! Agora pode contar com a gente.